Num outro momento falarei sobre as curvas: volume, fluxo e pressão sobre o tempo e as suas relações com os modos ventilatórios e a interação paciente/máquina.
Aqui, pretendo falar brevemente sobre os LOOPs ou ALÇAS (volume / pressão e fluxo / volume) focando a mecânica do sistema respiratório sob três situações: NORMAL, DPOC e SDRA. O modo ventilatório utilizado é o volumétrico com fluxo contínuo.
Neste primeiro slide, os valores da complacência e da resistência são normais. Podemos ver o traçado da alça V / P, ela reflete bem o comportamento elástico do sistema respiratório (complacência ou o seu inverso que é a elastância). Por isso é comum ser chamada de curva de complacência. Podemos ver que a linha vermelha (fase inspiratória), não se localiza no mesmo espaço gráfico que a azul (fase expiratória) formando uma alça fusiforme. Este comportamento é chamado de histerese e tem uma grande relação com o surfactante pulmonar. A inclinação desta alça tem relação com a complacência do pulmão e da parede torácica.
A alça FLUXO / VOLUME, nos mostra na linha azul (fase expiratória) o comportamento do fluxo relacionado com a constante de tempo do SR (produto entre a complacência do sistema respiratório = Csr e a resistência das vias aéreas = Raw). Nesta condição ele se apresenta com um pico alto no início da expiração, seguido por uma queda rápida e normalmente chega a zero (nulo) no final.
Os padrão gráfico destas alças se modifica quando ocorrem mudanças nas impedâncias do SR. Veremos alguns exemplos a seguir.
Na DOPC, podemos ver na alça V / P uma grande histerese resultante da grande resistência das vias aéreas. Na alça FLUXO / VOLUME (curva expiratória - azul), o pico de fluxo é baixo, seguido por uma queda rápida e que se torna lenta no meio e no fim da expiração. Muitas vezes o fluxo não termina antes que uma outra inspiração se inicie, resultando em aprisionamento de ar ou auto-PEEP. Isto ocorre devido uma constante de tempo alta (altas Csr e Raw), comum principalmente no enfisema.
Na SDRA, podemos ver uma histerese muito pequena na alça V / P e uma inclinação grande em direção ao eixo da pressão como conseqüência de um baixa complacência. Na alça FLUXO / VOLUME, observamos um pico de fluxo expiratório alto, seguido por uma queda muito rápida até o final da expiração. Algumas vezes o fluxo termina antes do fim da expiração. Este comportamento é devido uma constante de tempo baixa (Csr baixa e uma Raw baixa, normal ou ligeiramente alta).
Esta exposição é básica, sem o propósito de se aprofundar no assunto, a minha intenção com isso é mostrar que podemos explorar mais os recursos que os respiradores microprocessados possuem e desta forma melhorar a assistência ventilatória aos pacientes na UTI. Maiores informação sobre este tema podem ser encontradas nos bons livros do ramo.
Aguardem novas publicações!
Obrigado.
Na SDRA, podemos ver uma histerese muito pequena na alça V / P e uma inclinação grande em direção ao eixo da pressão como conseqüência de um baixa complacência. Na alça FLUXO / VOLUME, observamos um pico de fluxo expiratório alto, seguido por uma queda muito rápida até o final da expiração. Algumas vezes o fluxo termina antes do fim da expiração. Este comportamento é devido uma constante de tempo baixa (Csr baixa e uma Raw baixa, normal ou ligeiramente alta).
Esta exposição é básica, sem o propósito de se aprofundar no assunto, a minha intenção com isso é mostrar que podemos explorar mais os recursos que os respiradores microprocessados possuem e desta forma melhorar a assistência ventilatória aos pacientes na UTI. Maiores informação sobre este tema podem ser encontradas nos bons livros do ramo.
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