domingo, 29 de maio de 2011

Conhecimento científico e empírico na saúde?

Vivemos em uma época onde a busca de explicação para os efeitos ou resultados na área da saúde se tornou quase que uma obsessão para validar ou refutar terapias.
A explicação de fenômenos é uma necessidade da raça humana, desde a sua origem no planeta, quando o foco de atenção se restringia ao meio ambiente para os fenômenos da natureza e sobrevivência.
Naquela época a captação de informações se limitava ao alcance natural dos sentidos fisiológicos, e talvez a primeira racionalização dos fenômenos ocorreu por comparação, através da observação da repetição destes fenômenos e das suas conseqüências no meio ambiente. Ex. ciclo entre o dia e a noite, épocas de calor e frio, sol e chuva, trovões, relâmpagos, estiagem...
Na transição para a nossa época conseguimos entender muitas questões que, por sua vez, possibilitaram o domínio e a manipulação de elementos e materiais da natureza. Este domínio levou à criação de ferramentas que nos permitiram ampliar a exploração de outros mundos, como por exemplo: o microscópico (a química e a microbiologia) e o mundo além do nosso planeta.
Após milhares de anos não mudamos muito, continuamos pela busca incessante pela resposta a tudo que nos cerca, seja nos planos físico, psíquico, metafísico, filosófico, religioso...
Entretanto, atualmente a busca pela resposta concreta prevalece às demais, a necessidade humana da comprovação por meio de ferramentas do conhecimento científico concreto está conduzindo a uma hierarquia de informações e valores, independente da área a ser investigada.
O risco que corremos com isso é a desvalorização ou mesmo afastamento de conhecimentos adquiridos pela vivência ao longo de anos e anos de observações.
Eu vejo a acupuntura como um exemplo muito interessante neste caso. Ela existe há quase 5 mil anos e tem os seus efeitos comprovados pela observação até os dias atuais. Mesmo com todo o desenvolvimento que atingimos, ainda não podemos comprovar a sua teoria, a dos meridianos de energia, entretanto, ao longo da sua existência, há milhares de anos, uma infinidade de pessoas puderam constatar os seus efeitos e benefícios.
Eu não questiono a importância da busca de explicações científicas para tudo que está ao alcance do homem. Para mim está claro que só chegamos ao nível desenvolvimento tecnológico e científico atual por causa desta necessidade humana, e os seus benefícios podem ser vistos em praticamente todas as áreas de "interesse" da humanidade (ver no final do texto minha justificativa para as aspas no termo interesse).
Agora eu pergunto:
1) Será que o conhecimento dito não científico foi o principal recurso ou mesmo o único responsável pela nossa sobrevivência e desenvolvimento neste planeta, desde a nossa origem, superando eras hostis enquanto que muitos seres mais fortes foram extintos?
2) Será que somos capazes de responder, à luz da ciência, a todos os nossos questionamentos e necessidades atuais?
3) É correto deixarmos de lado todo conhecimento e informação que ainda não conseguimos explicar cientificamente?
Mesmo na saúde, área onde o conhecimento científico mundial impera, ainda não conseguimos responder a tudo com extrema clareza. O grande exemplo que retomo é o da acupuntura, citado acima.
Recentemente foi publicado um artigo científico que aponta para a inefetividade da acupuntura para o alívio da dor. Eu confesso que não li o material, mas ouvi de alguns colegas que o argumento do trabalho direcionava para o feito placebo da terapia.
Mesmo sem ver o material, tranqüilamente me arrisco a dizer, que, não descarto a eficácia desta terapia para este propósito e me baseio nos milhares de anos da sua existência e da forma padronizada e séria com que ela sempre foi realizada e os seus resultados colhidos, desde a sua origem até a data atual.
Para mim o efeito placebo que este artigo científico afirma em relação à acupuntura cai por terra, quando analisamos um número inestimável e que é absolutamente gigante de pessoas, ao longo de quase 5 mil anos, que responderam e continuam respondendo terapeuticamente de maneira bastante semelhante a este tipo de tratamento.
Senhores leitores, esta é a minha visão atual sobre o assunto, mas não se trata de uma opinião definitiva. Este tema, conhecimento científico e empírico na área de saúde, me desperta grande interesse e estou aberto à discussão.
"Destaquei acima o termo interesse, porque nem sempre a utilização do conhecimento científico humano foi e é empregada em benefício global da humanidade e do meio ambiente. Alguns exemplos são os interesses de algumas nações para o domínio de outras (guerras para ocupação territorial e colonialismo econômico e finaceiro), o desmatamento de florestas e animais para construção de habitações e infraestruturas humanas e a poluição ambiental."
Aguardem outras publicações!
Abraços a todos.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Gráficos em VM - Modo Ventilatório (Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada - VMIS).

VMIS ou SIMV originou-se da VMI sem o Sincronismo. Este modo intercala ciclos mandatórios com respiração espontânea.

O ciclo mandatório pode ser limitado a VOLUME ou PRESSÃO e a inspiração espontânea pode receber auxilio de uma pressão positiva na forma de Pressão de Suporte Ventilatório (PSV). O sincronismo permite que o início do ciclo mandatório aconteça concomitante ao início da inspiração espontânea. Uma pressão positiva ao final da expiração (PEEP) pode ser instituida.

Acompanhe os gráficos:



Nos dois traçados uma pressão positiva de base (PEEP) está presente.

No primeiro gráfico os ciclos espontâneos acontecem sem auxílio pressórico inspiratório e por haver uma PEEP a respiração espontânea é denominada de CPAP.

No gráfico abaixo uma Pressão de Suporte Ventilatório (PSV) está presente durante a inspiração na fase espontânea. Este suporte pressórico tem a finalidade de facilitar a entrada de volume corrente e reduzir o trabalho dos músculos inspiratórios.

A frequência da SIMV é estabecida no próprio respirador e junto com esta programação, janelas de tempo, que são intervalos onde a SIMV pode se iniciar, são abertas para que o começo do ciclo mandatório coincida com a contração da musculatura inspiratória do paciente - sincronismo.

Aguardem a próxima postagem.

Abraços a todos.