quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Gráficos em VM - Modo Ventilatório (Ventilação Controlada a Volume - modo controlado).

A Ventilação Controlada a Volume (VCV) pode ser assistida, quando o paciente por intermédio do esforço inspiratório atinge um limiar pré-estabelecido da sensibilidade do respirador, dando início a inspiração.
Ela também pode ser controlada, quando o início da inspiração acontece automaticamente pelo critério de tempo estabelecido na programação da frequência respiratória (FR) do respirador.

Nesta postagem comentarei de forma resumida a modalidade controlada da ventilação volumétrica (VCV/c), este tema e os demais que virão a seguir já foram expostos anteriormente, porém com enfoque operacional, porém, para atender os pedidos de alguns leitores, reapresentarei este assunto enfatizando a interpretação gráfica dos modos ventilatórios mais comuns.

A seguir mostrarei os gráficos FLUXO X TEMPO, VOLUME X TEMPO e PRESSÃO X TEMPO para o modo VCV/c.

Utilizei valores hipotéticos para facilitar o entendimento.

Ao iniciar a inspiração o respirador libera um fluxo gasoso constante, o traçado é em formato quadrado. O fluxo instantaneamente atinge o nível programado de 30 L/min e o sustenta por um determinado período de tempo, este período é calculado pela CPU do respirador: Tempo inspiratório = VC / Fluxo inspiratório. Neste exemplo o Ti é de 1,5 segundos.

Ao atingir o tempo inspiratório o fluxo cessa e a expiração se inicia. O transdutor registra o fluxo expiratório no lado negativo (inferior) do gráfico.

Este fluxo também atinge seu valor máximo imediatamente e depois continua mais lentamente até o nível zero do gráfico.

A próxima inspiração só começa após um determinado tempo ser atingido. No exemplo de uma FR = 15 cpm, o tempo decorrido entre cada disparo é de 4 segundos. O cálculo é feito também pela CPU: 1 minuto = 60 segundos, então, 60 segundos / 15 cpm = 4 segundos. Veja abaixo.



Os respiradores microprocessados realizam matematicamente a integração do fluxo x tempo para determinar o traçado do volume x tempo.

Com o fluxo constante, linear ou quadrado, o volume liberado acompanha um traçado linear e ao atingir o valor limite, 750 ml neste exemplo, a válvula expiratória se abre e a expiração começa.

Neste momento, o volume começa a cair até a linha base, valor zero do gráfico. A próxima inspiração começa quando o tempo de disparo é atingido. Veja abaixo.



A curva pressão x tempo é construída, logo no seu início, pelo atrito gasoso provocado nas paredes das vias aéreas durante a passagem das moléculas gasosas, denominado de pressão resistiva (Praw). Praw = fluxo x Raw (resistência das vias aéreas).

Quando o gás atinge o parênquima pulmonar ele promove a distensão dos alvéolos e outro gradiente pressórico surge, a pressão elástica (Pel). Pel = VC / Csr (complacência do sistema respiratório).

O somatório dos dois gradientes pressóricos determina a pressão inspiratória máxima ou de pico. Neste exemplo ela é de 20 cm H20.

Após o término do tempo inspiratório, a válvula espiratória se abre a a pressão atinge rapidamente a linha base, valor zero ou PEEP. Veja abaixo.



Aguardem a próxima publicação.

Abraços a todos.

4 comentários:

Ana Cecilia disse...

Olá Daniel, venho te deixar esse recado para te parabenizar pelo blog. Me chamo Ana Cecilia e também sou fisioterapeuta intensivista, trabalho na Uti adulto da Santa Casa de Anápolis-GO. O seu blog tem sanado várias duvidas minhas, entro quase todos os dias para ver suas atualizações. Pude perceber, por alguns relatos das rotinas por ai, que o serviço não é muito diferente do nosso aqui, ja que algumas vezes tive noticias de condutas bem diferentes em partes distintas do país. É isso, Parabéns pelo blog e pelo seu serviço. Beijos!

Ana Cecília Guimarães
email: anaceci_bg@hotmail.com
msn: anaceci.acb@hotmail.com

Daniel Arregue disse...

Ana Cecília, fiquei muito contente em saber que o blog está sendo útil para vc, sinta-se à vontade para comentar, criticar ou sugerir o que quiser.

Este blog é de todos que o utilizam.

Beijo grande!

Aparecida Moreira disse...

Existe alguma forma mais fácil de compreender esse arsenal de informações sobre VMI E VNI?
Sou acadêmica de fisioterapia com grandes dificuldades com esse assunto!
Um abraço

Anônimo disse...

Carlos Lemes.Anestesiologista. Parabéns pelas explicações. Muito claras. Obrigado.