Resumo de caso.
Paciente idosa, portadora de sequela pulmonar esquerda antiga por BK. Admitida no CTI com IRpA como consequência de uma pneumonia comunitária. Foi submetida à VM invasiva, no 8º dia de VM complicou com pneumotórax hipertensivo à esquerda não iatrogênico, foi drenado e apresentou uma fístula aérea de alto débito.
Dois dias após a drenagem torácica foi percebido aumento significativo da resistência das vias aéreas e ressecamento das secreções com formações de "rolhas". A paciente, desde a sua internação, mantinha estabilidade hemodinâmica, normotermia e boa hidratação. A ventilação minuto alveolar era em torno de 8,5 L/min e a produção de secreção traqueal era em quantidade moderada e fuida.
Foi necessário trocar o tubo.

Paciente idosa, portadora de sequela pulmonar esquerda antiga por BK. Admitida no CTI com IRpA como consequência de uma pneumonia comunitária. Foi submetida à VM invasiva, no 8º dia de VM complicou com pneumotórax hipertensivo à esquerda não iatrogênico, foi drenado e apresentou uma fístula aérea de alto débito.
Dois dias após a drenagem torácica foi percebido aumento significativo da resistência das vias aéreas e ressecamento das secreções com formações de "rolhas". A paciente, desde a sua internação, mantinha estabilidade hemodinâmica, normotermia e boa hidratação. A ventilação minuto alveolar era em torno de 8,5 L/min e a produção de secreção traqueal era em quantidade moderada e fuida.
Foi necessário trocar o tubo.
A umidificação das vias aéreas durante VM neste CTI é feita com filtro HME. A recomendação do fabricante para seu uso exclui os casos de pacientes desidratados, hipotérmicos, que hiperventilam (> 10 L/min) e que produzem secreções espessas ou sanguinolentas.
Por que ocorreu ressecamento das secreções e suboclusão do TOT, já que nenhuma das situações de contra-indicação estavam presentes nesta paciente?
Os filtros HMEs são dispositivos passivos, a umidificação das vias aéreas ocorre pela retenção da umidade proveniente do gás expirado pelo paciente. Parte da umidade, aproximadamente 70%, é adicionada ao gás inspirado no ciclo seguinte. Pelo menos, 30 mg H2O / L de gás a 30 ºC de temperatura, é necessário para manter uma fluidificação adequada das secreções respiratórias. A maioria destes filtros atinge estes valores nas condições recomendadas.
Na presença de fístula traqueobronquica, parte do gás pulmonar (umidificado e aquecido) sai pelo dreno torácico. Esta perda resulta numa diferença através do filtro entre o volume inspirado maior (seco) que vem do respirador e o expirado menor (úmido) proveniente das vias aéreas. Isto acarreta na redução da umidade relativa média do gás nas vias aéreas.
A consequência, pode ser o que foi visto com o TOT retirado da paciente (foto). Neste caso a umidificação deverá ser feita com o umidificador aquecido.
Aguardem outras publicações!
Abraços a todos.
Por que ocorreu ressecamento das secreções e suboclusão do TOT, já que nenhuma das situações de contra-indicação estavam presentes nesta paciente?
Os filtros HMEs são dispositivos passivos, a umidificação das vias aéreas ocorre pela retenção da umidade proveniente do gás expirado pelo paciente. Parte da umidade, aproximadamente 70%, é adicionada ao gás inspirado no ciclo seguinte. Pelo menos, 30 mg H2O / L de gás a 30 ºC de temperatura, é necessário para manter uma fluidificação adequada das secreções respiratórias. A maioria destes filtros atinge estes valores nas condições recomendadas.
Na presença de fístula traqueobronquica, parte do gás pulmonar (umidificado e aquecido) sai pelo dreno torácico. Esta perda resulta numa diferença através do filtro entre o volume inspirado maior (seco) que vem do respirador e o expirado menor (úmido) proveniente das vias aéreas. Isto acarreta na redução da umidade relativa média do gás nas vias aéreas.
A consequência, pode ser o que foi visto com o TOT retirado da paciente (foto). Neste caso a umidificação deverá ser feita com o umidificador aquecido.
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