Os estudos sobre os efeitos da imobilidade no leito de pacientes acamados começaram a mais de 40 anos e ainda não estão claros quais são os mecanismos que levam às disfunções orgânicas. Acredita-se que são combinações de vários fatores incluindo a cascata inflamatória.
Estudos recentes mostram que em duas doenças crônicas, insuficiência cardíaca crônica e DPOC, a fraqueza muscular é um achado comum e um baixo grau de inflamação e não o desuso isoladamente parece estar associado com a miopatia.
Nesta exposição, com base no artigo: Crit Care Clin 23 (2007) 21 - 34. Inactivity and inflammation in the critically Ill patient. Chris Winkelman, RN, PhD, mostrarei um fluxograma resumido e descreverei a seguir as duas seqüências de liberação de mediadores inflamatórios nas situações: IMOBILIDADE e EXERCÍCIO.
A atividade e a terapia de mobilização são exploradas como processos que influenciam na regulação inflamatória e na funçào muscular. Existe uma suspeita de que a inatividade está relacionada com o estresse oxidativo e citocinas pró-inflamatórias. Estudos laboratorias com cobaias e ensaios clínicos com saudáveis estão sendo feitos neste sentido. Há também evidências de que a atividade está relacionada com a regulação celular inflamatória em humanos saudáveis.
A liberação de mediadores da resposta inflamatória relacionados com a IMOBILIDADE comeca pelos radicais livres (RL) e óxido nítrico (ON). O ON é um potente vasodilatador, numa resposta inflamatória local ele aumenta o fluxo sangüíneo para facilitar a chegada dos mediadores inflamatórios na região acometida. Sistemicamente, a vasodilatação pode comprometer a pressão arterial de forma significativa e isto pode agravar o quadro clínico do paciente e até levá-lo a morte caso as medidas terapêuticas adequadas não sejam tomadas imediatamente. Os radicais livres degradam o DNA, lipídeos e proteinas das células, no músculo levam a sua degeneração e liberação de metabólitos que realimentam esta cadeia. As interleucinas pró-inflamatórias relacionadas com a imobilidade: IL-18, IL-1a, TNF-a e IL-1b, aumentam a apoptose celular (morte celular programada) e reduzem a formação de antioxidantes e o reparo celular. No músculo alimentam o ciclo degenerativo e de liberação dos radicais livres.
O EXERCÍCIO ou as atividades e os posicionamentos que promovem estímulos reflexos proprioceptivos podem liberar citocinas anti-inflamatórias: IL-6 e IL-10, elas exercem inibição das citocinas pró-inflamatórias já mencionadas. A IL-6 aumenta a produção da IL-10 e da IL-Ra (molécula inibitória dos efeitos inflamatórios das citocinas pró-inflamatórias). A IL-10 inibe a produção de citocinas pelas células T.
Os efeitos descritos no artigo foram observados em voluntários, DPOCs e pacientes com falência cardíaca crônica. Poucos estudos com pacientes críticos foram realizados. Um único estudo com pacientes em VM não evidenciou mudanças plasmáticas nos níveis de IL-6 ou IL-10, uma crítica a este estudo foi a amostra muito pequena (n=10) e a população de adultos crônicos e críticos que correspondem a uma condição específica nas UTIs. As atividades desenvolvidas consistiam de 20 min de exercícios para arco de movimento e posicionamento.
Os efeitos descritos no artigo foram observados em voluntários, DPOCs e pacientes com falência cardíaca crônica. Poucos estudos com pacientes críticos foram realizados. Um único estudo com pacientes em VM não evidenciou mudanças plasmáticas nos níveis de IL-6 ou IL-10, uma crítica a este estudo foi a amostra muito pequena (n=10) e a população de adultos crônicos e críticos que correspondem a uma condição específica nas UTIs. As atividades desenvolvidas consistiam de 20 min de exercícios para arco de movimento e posicionamento.
Estas informações ainda precisam ser mais exploradas cientificamente, porém, trazem fortes indícios de que a cinesioterapia ativa e os posicionamentos devem ter um papel cada vez mais relevante no arsenal da fisioterapia para os pacientes acamados, talvez até na UTI.
Abraços!
Abraços!
4 comentários:
GRANDE DANIEL, PARABÉNS PELO BLOG. TAMBÉM SOU UM DEFENSOR DO MOVIMENTO HUMANO. ALÉM DA DIMINUIÇÃO DA CRF, CONTRATURAS, ULCERAÇÕES, OSTEOPOROSE OU OSTEOPENIA, RISCO DE TVP, ENTRE OUTROS EVENTOS PROPORCIONADOS PELA IMOBILIDADE NO LEITO, O PROCESSO INFLAMATÓRIO EVIDENCIADO POR ESTE ARTIGO APONTA PARA NOVOS RUMOS DENTRO DA FISIOTERAPIA NA INTERVENÇÃO AO PACIENTE CRÍTICO...
PRECISAMOS GRADUAR A NOSSA ABORDAGEM ( EDE MANEIRA QUANTITATIVA) COMPROVAR CIENTIFICAMENTE, O CAMINHO É LONGO E DEVEMOS SER ATORES NESSE PROCESSO E NÃO EXPECTADORES...GRANDE ABRAÇO
Sabia q um dia iria convecê-lo q o estica e puxa era benéfico!!! Mt importante ser realizado sempre benéfico aos pacientes de terapia intensiva!!!
Olá Dr. Daniel,
Sou fisioterapeuta especialista em UTI...
Achei de grande valia esse site. Sou defensor da motora em pacientes críticos e sinto essa carência de publicações. Valeu pele discorrer acima, você falou muito bem.
Parabéns.
Att. Ft. Leandro Martins (CREFITO 5304-LTF).
Muito obrigado! Coloco-me à disposição. Abraço
Postar um comentário